Ano Jubilar: Peregrinos de Esperança! Sétima Bem Aventuranças!
Como havia escrito no texto precedente, vamos dar continuidade à série das bem-aventuranças. Hoje quero à luz desse ano jubilar, falar a respeito da sétima bem-aventurança, que é: Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
Na Sagrada Escritura a paz, Shalom em hebraico, indica a condição de harmonia da pessoa consigo mesma, com Deus e com aquilo que a rodeia; ainda hoje, é essa a saudação entre as pessoas, expressando os votos de vida plena. A paz é antes de tudo um presente de Deus, mas essa também depende da nossa adesão.
De fato, entre todas as bem-aventuranças, esta ressoa como a mais ativa, que nos convida a sair da indiferença para nos tornarmos construtores da concórdia, da paz, da tolerância, a começar de nós mesmos e ao nosso redor, mobilizando a inteligência, o coração e os braços. Ela exige o compromisso de cuidar dos outros, de sanar feridas e traumas pessoais e sociais, causados pelo egoísmo que divide, de investir todos os esforços nessa direção: tal como Jesus, o Filho de Deus, que cumpriu sua missão quando deu a vida na cruz para unir novamente os homens ao Pai e para trazer a fraternidade de volta à terra. Por isso, qualquer um que seja construtor de paz se assemelha a Jesus e é reconhecido, como Ele, filho de Deus.
Nas pegadas do Senhor Jesus, também nós podemos transformar cada dia em um “Dia da Paz”, pondo um fim às pequenas ou grandes guerras que são travadas diariamente ao nosso redor, sobretudo por essa demoníaca polarização politica que foi criada em nossa amado Brasil. Para realizar esse sonho é importante construir redes de amizade e solidariedade, estender a mão para oferecer ajuda, mas também para aceitá-la. Somente assim conseguimos encontrar o caminho da PAZ!
A paz, a paz do Senhor Jesus, como diz o Papa Francisco, exige de nós coração e olhos novos para amar e ver em cada pessoa um candidato à fraternidade universal. E acrescenta: Podemos questionar: “Até mesmo nos vizinhos briguentos? Também nos colegas de trabalho que tentam impedir o meu crescimento profissional? Também nos militantes de um partido diferente ou de um time de futebol adversário? Também nas pessoas de religião ou de nacionalidade diferentes da minha?” Sim, todo mundo é meu irmão e minha irmã. Ninguém é meu inimigo! A paz começa exatamente aqui, no relacionamento que eu souber estabelecer com cada um dos meus próximos. “O mal nasce do coração do homem”, escrevia Dom Helder Câmara e para remover o perigo da guerra é necessário remover o espírito de agressão e exploração e egoísmo do qual a guerra provém: é necessário reconstruir uma consciência. Algo hoje tão esquecido, uma vez que as pessoas se tornaram reféns das redes sociais repletas das fakes News. O mundo muda se mudarmos nós. Sobretudo colocando em evidência aquilo que nos une, poderemos contribuir para criar uma mentalidade de paz e trabalhar juntos para o bem da humanidade.
No fim, é o amor que vence, porque é mais forte do que tudo. Experimentemos viver assim, para sermos fermento de uma nova cultura de paz e justiça. Veremos renascer em nós e ao nosso redor uma nova humanidade. E seremos de fato chamados filhos de Deus!
Reflitamos… E na próxima falarei da oitava bem-aventurança. Até lá!
Pe Marcelo Campos da Silva D’Ippolito