Ano Jubilar: Peregrinos de Esperança! Oitava Bem Aventuranças!
Como havia escrito no texto precedente, vamos dar continuidade à série das bem-aventuranças. Hoje quero à luz desse ano jubilar, falar a respeito da nona e última bem-aventurança, que é: Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal de vós. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos céus a vossa recompensa.
A nossa coerência como cristãos pode chocar ou incomodar os outros. Mas devemos ter a coragem de refletir através da nossa conduta reta o rosto bondoso, misericordioso, tolerante, afável de Jesus que todas as pessoas procuram em cada cristão. Nisto, podemos seguir o conselho de S. Pedro aos primeiros cristãos: «Se tiverdes de sofrer por amor da justiça, bem-aventurados sois vós: não tenhais medo da sua intimidação, nem vos perturbeis, mas no vosso coração glorificai Cristo Senhor, estando sempre prontos a dar uma resposta a todos os que vos pedirem uma razão para a vossa esperança; mas com mansidão e respeito, tendo a consciência tranquila, para que aqueles que caluniam a vossa boa conduta em Cristo possam ser confundidos naquilo que vos criticam» (1Pd 3, 14-18). Em suma, e ao contrário do que possa parecer, a nossa felicidade não reside na posse ilimitada de bens. Também não reside em obter a aprovação de outros a todo o custo. A felicidade reside antes na identificação com Cristo.
Se faz necessário nos colocarmos sempre no lugar do outro e aceitar as eventuais incompreensões com respeito, concedendo ao outro o direito de pensar de forma diferente da nossa e não polemizar, apesar que hoje a polarização está demais, as pessoas não tem equilíbrio emocional para lidar com os diferentes. Uma coisa é certa, a verdade é segura de si mesma; convence e não persegue, porque não tem necessidade de fazê-lo. Muitas vezes um “eu compreendo” acalma os ânimos, cria um clima mais favorável a um entendimento respeitoso e rico em aprendizados para ambas as partes.
Que este Ano Jubilar nos ajude a responder a toda agressão que nos é feita com paciência, mansidão, misericórdia, não caindo na tentação de julgar e recusando-se a aumentar as trevas nos corações e nos ambientes. Precisamos sempre lembrar que quando julgamos o outro, dificultamos uma aproximação cordial e um diálogo fraterno. Sempre que possível, buscar esclarecer, fazer o outro refletir, mostrar outros caminhos que ainda não foram trilhados.
Diante dessas situações, o Senhor Jesus afirma que devemos nos alegrar pelas oportunidades que nos são dadas de testar a nossa fé, nossa esperança, tendo a certeza de que receberemos a merecida recompensa nos céus. A recompensa de que trata Jesus não é livrar-nos das aflições, mas enfrentá-las, tendo a capacidade de manter a paz e o bom ânimo, na certeza de que Ele está sempre conosco e que, na Sua companhia, venceremos o mundo. Confiemos e sejamos Peregrinos de Esperança!
“Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo. Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (São João 16, 32,33)
Concluímos que nenhum de nós ficamos contente quando a gente é caluniado e insultado, mas, se a injúria e perseguição vêm do malvado, então é sinal de que estamos do lado certo da história. Melhor ser caluniado e injustiçado porque se defendeu a justiça do que ficar do lado dos opressores. A fé genuinamente cristã obriga a ficar do lado dos fracos e sofredores, enquanto os oportunistas que instrumentalizam o discurso cristão não se cansam de oprimir.
Reflitamos… Agradeço a todos e a todas que me acompanharam nesta jornada e espero que tenha contribuído para o vosso crescimento espiritual neste ANO JUBILAR. SOMOS TODOS PEREGRINOS DE ESPERANÇA!
Pe Marcelo Campos da Silva D’Ippolito
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