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ANO JUBILAR: SEXTA BEM AVENTURANÇA!

Ano Jubilar: Peregrinos de Esperança! Sexta Bem Aventuranças!

Como havia escrito no texto precedente, vamos dar continuidade à série das bem-aventuranças. Hoje quero à luz desse ano jubilar, falar a respeito da sexta bem-aventurança, que é: Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.

Ao referir-se aos puros de coração, Jesus referia-se portanto a uma pureza interior, uma santidade íntima que só os pobres de espírito têm o privilégio de possuir, e distinta da pureza externa ou ritualista que infelizmente, a Igreja está cheia dessa gente hipócrita tanto no laicado como no clero.

Cristão verdadeiro é aquele que assina cristão em todas as circunstâncias da sua vida. É o homem de palavra; vai até ao fim nas suas convicções, sem se deixar dominar por qualquer compromisso ou paixão. As suas atitudes, decisões, tentativas, revelam-no, “caraterizam-no” como cristão.

Esta mesma integridade de caráter deve ser cultivada em todos os discípulos de Cristo, sejam eles: leigos, religiosos (as) e clérigos. Ela esbarra com o que hoje se chama conformismo, esse hábito que leva a pautar a conduta pelas ideias ou exemplos da maioria. Este existiu sempre, e apenas é mais sensível na nossa época, que desenvolveu ao mesmo tempo nos meios de publicidade. Hoje espalham-se as opiniões e impõem-se os costumes da mesma forma que os produtos alimentícios. Um grande desafio do nosso tempo!

Na Evangelii gaudium no n. 143 podemos entender o que significa coração “puro”? O puro de coração vive na presença do Senhor, conservando no coração o que é digno da relação com Ele; só assim possui uma vida “unificada”, linear, não tortuosa, mas simples.

Deus não é apenas o autor do evangelho – Deus é o fim do evangelho. Os “puros de coração” são aqueles que veem aquilo para que foram feitos, e que apenas ficarão satisfeitos, no fim das contas, quando virem a Deus. Que possamos manter esse desejo em nossos corações!

Passo agora à definição de puro, a palavra grega usada pelo evangelista Mateus é katharos e significa, fundamentalmente, limpo, claro, livre de substâncias contaminadoras. Que possamos neste ano jubilar pedir ao Espírito Santo de Deus que nos ajude à buscarmos a graça de um coração puro.

Para isso precisamos de uma consciência limpa; é aquela que está livre de todo pecado conhecido; ao passo que um coração puro é aquele que está livre não apenas de todo pecado conhecido, mas também do apego a tudo que não seja o próprio Deus. Aquele que tem um coração puro vê somente a Deus, e nada nem ninguém mais. Essa deve ser a nossa esperança!

O coração puro é aquele que não procura capturar o outro, mas o ajuda a descobrir sua própria identidade, suas próprias riquezas, sem querer que ele se pareça conosco, pense ou aja como nós agimos.

Em uma das suas Catequese o Papa Francisco falando sobre a sexta bem-aventurança nos explicou que para contemplar a Deus é preciso entrar dentro de nós mesmos e com Sua ajuda crescer na pureza. Eis aí uma grande dica para todos nós!

Vou concluindo nesta meta de termos um coração puro, significa viver de maneira íntegra, com sinceridade e transparência diante de Deus e dos homens. Ser puro de coração não é sobre perfeição moral, mas sobre a honestidade e o desejo profundo de agradar a Deus em tudo o que fazemos. Um coração puro busca a presença de Deus, afastando-se do engano e da duplicidade. Quando somos transparentes diante de Deus e dos outros, experimentamos a verdadeira liberdade e intimidade com o Pai.

A pureza de coração nos abre os olhos espirituais para reconhecer a obra de Deus ao nosso redor, em nossos relacionamentos, decisões e em cada aspecto da nossa caminhada cristã.

Essa bem-aventurança nos desafia a examinar nossos corações. Quais são as motivações que dirigem nossas ações? Estamos buscando a Deus com um coração sincero ou apenas de aparência? A pureza de coração nos aproxima da verdadeira santidade, que é fruto de um relacionamento genuíno com Deus e com os irmãos, alimentado-nos pela Sua graça e seu amor.

Reflitamos… E na próxima falarei da sétima bem-aventurança. Até lá!

Pe Marcelo Campos da Silva D’Ippolito

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