Textos

ANO JUBILAR: QUINTA BEM AVENTURANÇA!

Ano Jubilar: Peregrinos de Esperança! Quinta Bem Aventuranças!

Como havia escrito no texto precedente, vamos dar continuidade à série das bem-aventuranças. Hoje quero à luz desse ano jubilar, falar a respeito da quinta bem-aventurança, que é: Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.

A misericórdia é, por último, um ato de justiça para conosco próprios. “Não quero pensar mais nisso, dizemos, mas não perdoo”. Mas, apesar de tudo, continuamos a pensar, encerramo-nos numa frieza calculista, tornamo-nos desconfiados, azedos e sufocamos a bondade. Só saberemos esquecer quando perdoarmos.

A maneira de triunfar da ofensa é recusarmo-nos a considerar-nos ofendidos: é a maneira de Deus, que destrói verdadeiramente o mal. Perdoar é um poder divino. Não podemos esquecer o que sempre nos diz o amado Papa Francisco: “Deus não se cansa de nos perdoar”!

Jesus Cristo sempre nos ensinou que o homem não só recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas é também chamado a ter misericórdia para com o seu irmão e irmã. Por isso nunca esqueçamos: ‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia’ (Mt 5,7). A Igreja nos ensina que nestas palavras temos sempre o apelo do divino mestre que nos ensina à praticar a misericórdia.

Outrossim, essa é a descrição daquele a quem Jesus chama bem-aventurado. Reconhecer o tamanho da nossa miséria diante de Deus para recebermos o perdão de pecados juntamente com a adoção de sermos filhos, sendo o cristão de todos os homens, os mais misericordiosos.

De modo especial, os misericordiosos são aqueles cujos corações estão cheios de amor por Ele e pelos irmãos e irmãs, um amor concreto que se inclina para os últimos, os esquecidos, os pobres, para aqueles que necessitam desse amor altruísta: com efeito, a Misericórdia é um dos atributos de Deus, o próprio Jesus é a misericórdia de Deus para toda humanidade. Sejamos portadores e disseminadores da MISERICÓRDIA!

Concluo trazendo a explicação da palavra misericórdia que vem do hebraico rehem, “ventre”, e evoca uma misericórdia divina sem limites, como a compaixão de uma mãe por seu filhinho. É um amor que não mede, mas é abundante, universal, concreto. Um amor que procura suscitar a reciprocidade, objetivo principal da misericórdia.

Quando tivermos sofrido uma ofensa, seja ela qual for, uma injustiça de qualquer tipo, perdoemos, e seremos perdoados. Sejamos os primeiros a usar de piedade, a mostrar compaixão! Embora pareça difícil e ousado, perguntemo-nos, diante de cada próximo: como o trataria a mãe dele? Este é um pensamento que nos ajuda a entender e a viver em conformidade com o coração misericordioso de Deus. Pois Ele sempre é Misericordioso!

De fato, ser misericordioso é mais do que perdoar. É ter um coração grande, é estar ansioso por apagar tudo, queimar tudo o que possa dificultar o nosso relacionamento com os outros. O convite de Jesus para sermos misericordiosos quer oferecer um modo de nos reaproximarmos do projeto original, de modo que possamos nos tornar aquilo que era o objetivo para o qual fomos criados: sermos imagem e semelhança de Deus.

Reflitamos… E na próxima falarei da sexta bem-aventurança. Até lá!

Pe Marcelo Campos da Silva D’Ippolito

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *