Ano Jubilar: Peregrinos de Esperança!
Vou começar uma série comentando as nove bem-aventuranças que se encontram no evangelho de Mt. 5, 3-12.
A cada 25 anos, a Igreja celebra um Jubileu Ordinário para festejar o Mistério da Encarnação, isto é, a presença humana e divina de Jesus Cristo na humanidade.
Como cristãos, precisamos refletir sobre a presença humana e divina de um Deus que se faz um de nós para nos humanizar e santificar. O jubileu é uma ocasião propícia para revermos nossa condição humana e nossa vida de fé.
Como estamos vivendo nossa fraternidade universal? Como estamos vivendo e traduzindo nossa fé em relação aos irmãos e irmãs? Minha fé me leva a ser mais humilde e humano?
Vejam que Deus nos abraçou de forma plena! Se fez solidário à raça humana. Não podemos ficar indiferentes a essa ação teofânica de Deus entre nós!
O Catecismo da Igreja Católica ensina-nos que as bem-aventuranças estão no centro da pregação de Jesus. Elas retratam o rosto de Jesus Cristo, humano e divino, e, descrevendo sua caridade, sua ação libertadora e salvadora, elas são o novo itinerário da vida de todos os cristãos.
Começamos com a primeira: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus.” Ser Bem-aventurado significa ser feliz, abençoado. Em outras palavras, é ser santo!
Muitas pessoas querem ser ricas e autossuficientes, sem depender de ninguém. Mas Jesus disse que o verdadeiro abençoado e rico, é o pobre de espírito! Vejam que Ele nos vira ao avesso, nos levando ao caminho contrário que o mundo nos oferece e nos ensina.
Somente quem encontra segurança em Deus receberá o Reino dos céus. Como podemos ser pobres em espírito? Precisamos entender nossa relação com Deus e sermos humildes. Caso contrário seremos “ricos”, “autossuficientes”, Deus deixa de existir e fazemos o nosso próprio deus. Lamentavelmente, a humanidade faz opção por esse caminho da autossuficiência! E como isso tem feito estragos na vida social e religiosa…Enxergamos e não somos capazes de mudar. O jubileu é esse momento de CONVERSÃO!
O caminho parte do entendimento de que somos falhos e necessitados da graça de Deus que vem através do seu filho Jesus para nos salvar das nossas pobrezas espirituais; é neste caminho que vamos nos tornando pobres de espírito.
O mal da humanidade é confiar em si mesma e não por sua confiança inteiramente em Deus. Neste tempo do jubileu, somos chamados a redescobrir que tudo que a vida nos proporciona, e tudo que somos, vem de Deus. É Ele que nos capacita e nos ajuda em tudo. Sem Ele não existimos, e sim vegetamos!
Ser pobre em espírito é reconhecer a Deus em todos os nossos caminhos e dar a Ele a devida GLÓRIA!
O amor a Deus e ao próximo, tanto quanto nos amamos a nós mesmos é condição para sermos pobres em espírito. E isso começa a partir do momento em que nos privarmos de qualquer coisa em favor de nosso próximo. Quem é o nosso próximo? Todo aquele que Deus põe no caminho da NOSSA VIDA.
Reflitamos… E na próxima oportunidade trataremos da segunda bem-aventurança. Até lá!
Pe Marcelo Campos da Silva D’Ippolito