Tenho muito apreço pela teologia prática de Juan Carlos Scannone. Professor de teologia e filosofia e também padre jesuíta, o autor atua entre os pobres da Argentina e alia a visão acadêmica com a prática humanitária, poimênica e social de um verdadeiro homem religioso. Como amigo e observador da vida de Jorge Bergoglio, hoje Papa Francisco, Scannone utiliza essa vivência como ilustração daquilo que ele chama de teologia do povo.
Scannone traz reflexões bem fundamentadas sobre a cultura popular, suas crendices, liturgia e a forma intuitiva e emocional de se relacionar com Deus. O autor propõe que essas são manifestações legítimas da teologia incorporada ao povo, principalmente os mais pobres e com menos acesso à educação.
Uma teologia cristã inculturada do povo argentino e, de maneira, geral nos povos da América Latina. Povos estes, aponta Scannone, vítimas de injustiça estrutural e violência institucionalizada.