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QUEDA DO CATOLICISMO E CRESCIMENTO DOS EVANGÉLICOS?

Queda do catolicismo e crescimento dos evangélicos? 
Acaba de sair o resultado divulgado pelo IBGE que mostra o número de pessoas que se declaravam católicos em 2010, era de 65%, e agora está em 56,7%, com queda de 8,3 pontos percentuais. Já entre os evangélicos, houve aumento de 5,2 pontos percentuais. Eram 21,7% em 2010, último censo, e são hoje 26,9%. 
Uma coisa é preciso ser dita: Que tipo de evangélicos são esses? São reconhecidos pelas igrejas tradicionais e pentecostais? O número pode ter aumentado, mas, na verdade, são os novos movimentos neopentecostais que são dissidências das várias igrejas. Assim como eles vão crescendo, vão se diluindo ao longo do tempo, há um modismo muito presente nesse cenário. 
São vários os motivos: não há uma hierarquia e um corpo doutrinal organizado, a comunidade é muito flutuante, não há um sentido de pertença como identidade com aquela comunidade; etc…
A igreja católica, as evangélicas tradicionais e pentecostais devem fazer uma leitura crítica à respeito desse crescimento dos novos movimentos que se intitulam evangélicos. 
Precisamos reconhecer nossas falhas à luz das ciências sociais e religiosas, buscando identificar o que está nos impossibilitando de atingirmos as pessoas no sentido de que elas permaneçam em nossos templos.
 Muitos são os elementos que podem ser identificados por nós católicos como também pelos evangélicos tradicionais.
Vejamos alguns exemplos: 
1.Não estamos nas periferias das nossas cidades com muita frequência;
2.Nossas liturgias possuem um rito organizado e hierárquico;
3.Esses novos movimentos estão de cheio nas periferias, em cada canto uma porta com um letreiro;
4.Não há uma hierarquização ritual em suas liturgias;
5.Não há regras acadêmicas para serem ministros, enquanto que para ser um padre no mínimo deve estudar três anos de filosofia e quatro anos de teologia, os pastores das igrejas tradicionais 4 anos de teologia. Fora as pós-graduações;
6.A sacralidade do templo, sobretudo, para nós católicos, e evangélicos tradicionais e de sua importância para o culto, enquanto que uma garagem ou um bar pode ser transformado em uma “igreja” para essas novas comunidades;
7.As regras morais não são tão necessárias para que os seus fiéis possam participar, enquanto que nós católicos e evangélicos tradicionais temos normas; etc…
Poderia citar outros exemplos, mas já são suficientes para que possamos entender que precisamos rever muitas coisas em nossas igrejas. 
Cabem aos nossos superiores ter a coragem de buscar novos caminhos e mostrar que a Igreja de Cristo deve se renovar e ir em busca das ovelhas perdidas.  Não é que esses novos movimentos não sejam bons caminhos, mas a falta de uma doutrina espiritual assertiva e consistente, pode levar muitas pessoas à uma vivência de uma fé descompromissada com os verdadeiros valores do reino e que nos conduzam a vida eterna. 
Reflitamos! 
Pe Marcelo Campos da Silva D’Ippolito

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