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PF afasta prefeito evangélico Rodrigo Manga em Sorocaba por suspeita de fraudes na saúde

Por O Fuxico Gospel

Decisão do TRF-3 afasta por 180 dias o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), conhecido por seu testemunho de conversão e atuação em meios evangélicos

O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), figura conhecida no meio evangélico e nas redes sociais, foi afastado do cargo por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), atendendo a pedido da Polícia Federal. A medida integra a segunda fase da Operação Copia e Cola, que apura suspeita de fraudes e desvio de recursos públicos em contratos com uma organização social responsável pela gestão de unidades de saúde do município.

Com o afastamento, o vice-prefeito Fernando Martins da Costa Neto assumiu a chefia do Executivo municipal nesta quinta-feira (6), conforme nota oficial da prefeitura, que ressaltou a continuidade dos serviços públicos.

De acordo com a PF, a análise do material apreendido na primeira fase da operação permitiu identificar novas pessoas físicas e jurídicas supostamente envolvidas no esquema. A Justiça determinou prisões preventivas, sequestro e indisponibilidade de bens de alguns investigados — em valor aproximado de R$ 6,5 milhões —, além de medidas cautelares como suspensão de função pública e restrição de contatos.

Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, contratação direta ilegal, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Até o momento, não há condenação; o caso segue em fase de investigação.

Perfil evangélico e projeção nacional

Rodrigo Maganhato, o Rodrigo Manga, construiu parte de sua imagem pública a partir de seu testemunho pessoal: ex-dependente químico, relata ter passado por processo de recuperação ligado à fé cristã e à atuação em comunidade evangélica. Tornou-se presença frequente em eventos religiosos, mídias cristãs e conteúdos voltados ao público de fé, apresentando-se como exemplo de “restauração” e defensor de pautas alinhadas ao segmento.

Nas redes sociais, Manga adotou comunicação intensa, com vídeos diários, linguagem direta e forte apelo popular, o que o projetou nacionalmente e lhe rendeu o apelido de “prefeito tiktoker”. Esse alcance ampliou sua influência também junto a líderes e eleitores evangélicos, alimentando especulações sobre futuras candidaturas a cargos de maior expressão.

Justamente por esse vínculo com o meio cristão, a notícia do afastamento repercute com força entre fiéis, lideranças e influenciadores evangélicos, que acompanham o caso divididos entre manifestações de apoio, pedidos de cautela e cobranças por esclarecimentos.

Operação Copia e Cola e contratos da saúde

A Operação Copia e Cola teve início a partir de suspeitas envolvendo a contratação da OS Iase (Instituto de Atenção à Saúde e Educação) para administrar serviços de saúde em Sorocaba, por meio de contrato emergencial e convênios. Na primeira fase, em abril, foram cumpridos mandados na prefeitura, na Secretaria de Saúde, na casa do prefeito e em endereços ligados a aliados políticos, com apreensão de documentos e valores em espécie.

A nova etapa aprofundou a investigação sobre possíveis irregularidades na gestão de recursos públicos, apontando movimentações financeiras suspeitas e possíveis benefícios indevidos. Os detalhes correm sob sigilo judicial.

O que diz Rodrigo Manga

Em vídeo publicado nas redes sociais, Manga afirmou que o afastamento teria motivação política e eleitoral, citando sua exposição nacional e o fato de aparecer como potencial nome para outros cargos.

“Acredite se quiser, me afastaram do cargo de prefeito”,

Declarou, sugerindo que estaria sendo alvo por “incomodar” adversários e por sua projeção. A defesa do prefeito afastado nega qualquer participação em esquema de desvio de recursos e afirma que recorrerá da decisão.

Até a última atualização desta reportagem, o partido Republicanos e a organização social citada declararam que irão colaborar com as investigações e prestar esclarecimentos quando tiverem acesso integral aos autos. Não há sentença definitiva contra Manga ou demais investigados.

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