Por O Fuxico Gospel
Em vídeo que circula nas redes sociais, líder da CCB repreende mulheres por uso de maquiagem e esmalte, afirma que “a beleza está na glória”
Um vídeo gravado durante um culto da Congregação Cristã no Brasil (CCB) tem repercutido nas redes sociais pela forma como um ancião se dirige às mulheres presentes ao templo ao tratar de padrões de aparência e doutrina. Nas imagens, o líder critica o uso de maquiagem, esmalte e outros adornos, associando o comportamento à falta de aceitação das orientações da igreja.
Em tom de exortação, o ancião diz para uma fiel:
“Você teve coragem de vir aqui maquiada e com pintura nas unhas e com outro desejo?”
Em seguida, amplia a fala para o coletivo, reforçando a ideia de que a beleza não está na aparência externa:
“A beleza estava nela, não na pintura. E a beleza tá na glória. Que Deus me fez simpática. Já é. Se Deus te fez feia, não é a pintura que vai melhorar.”
O líder também questiona a obediência das irmãs às normas internas:
“As irmãs não aceitam a doutrina. Vocês aceitam a doutrina? Quem aceitou, nós. Ou será que não aceitam mais o Espírito da vida?”
A gravação mostra parte da congregação reagindo com expressões de apoio, como “Glória a Deus”, enquanto o ancião mantém o discurso em defesa do que chama de “doutrina” da igreja.
Doutrina, discurso e reação
A Congregação Cristã no Brasil é conhecida por tradições de modéstia no vestuário e na aparência, especialmente entre mulheres, incluindo restrições históricas ao uso de maquiagem, adornos e determinados tipos de roupas. Em muitas comunidades, esse padrão é apresentado como sinal externo de reverência, simplicidade e separação do “mundo”.
O tom e o conteúdo das declarações do ancião, contudo, geraram debate entre internautas e membros de diferentes denominações. Críticas apontam machismo, humilhação pública e uso de linguagem depreciativa ao associar a aparência física de mulheres à vontade de Deus, especialmente na frase: “Se Deus te fez feia, não é a pintura que vai melhorar”.
Defensores da fala alegam que ele estaria apenas reforçando padrões tradicionais de santidade e doutrina da própria congregação, enfatizando a beleza interior e reprovando o que consideram vaidade excessiva.
Até a última atualização desta reportagem, não havia nota oficial pública da liderança nacional da Congregação Cristã no Brasil sobre o vídeo específico, nem indicação se o conteúdo será tratado internamente como conduta pastoral, orientação doutrinária ou episódio isolado.


