Na última sexta-feira, dia 12 do corrente mês o Vaticano publicou a mensagem do querido Papa Francisco para a quaresma de 2021, com o seguinte título: “‘Vamos subir a Jerusalém…’ (Mt 20, 18). Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade”.
Na mensagem do Santo Padre, dirigida a aos fiéis católicos do mundo inteiro, ele nos convida a “viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens”, assim como a viver “uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19”.
“Na Quaresma, estejamos mais atentos a ‘dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam’. Às vezes, para dar esperança, basta ser ‘uma pessoa amável, que deixa de lado as suas preocupações e urgências para prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença’”, sinalizou o querido Papa Francisco em sua linda mensagem.
No Brasil paralelamente temos a CAMPANHA DA FRATERNIDADE que nos leva a rezar, a viver o tempo quaresmal nos seus três pilares: oração, caridade e jejum. Num olhar espiritual e social. A nossa oração, a nossa espiritualidade, deve ser acompanhada de uma ação real e concreta. Uma fé que não reflete através da ação é estéril!
Esse ano CF é ECUMÊNICA. Não entrarei aqui em questões de discordâncias e polêmicas que estamos vendo nas mídias sociais. Que afinal de contas é um escândalo para esse mundo descrente. Precisamos viver o Espírito de uma Igreja conciliar que busca a vivência do ecumenismo, que é a fonte de unidade tão sonhado por Cristo e rezada por ele na sua oração sacerdotal:”Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste”(Jo 17, 21).
Outro aspecto importante é não seguirmos um “magistério” paralelo. Tem muita gente arrogando para si aquilo que não lhe pertence em definição de fé e moral. Para isso temos o magistério legítimo da igreja que é o Papa e os bispos em comunhão com ele. Hoje o Papa Francisco, tão combatido!
Voltemos a CF que tem como tema: Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor”. Tem tudo haver com a Sagrada Escritura e a fé cristã genuína, aliás, é a síntese dos mandamentos, é o que define Deus, o AMOR! E o lema: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14a) O mundo está doente por tanto ódio, violência, mortes, polarizações; etc … Podemos ver que o lema nos leva a busca da cura, da unidade e da paz tão sonhado pelo mestre. Nós cristãos devemos ser sinal de unidade diante desse mundo que está vivendo um colapso e não sinal de escândalos!
O texto da CF Ecumênica é elaborado pelo CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), e sua comissão organizadora contou com a colaboração das igrejas/organização que são elas:
– Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
– Igreja Presbiteriana Unida do Brasil
– Igreja Católica Apostólica Romana
– Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
– Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia
– Aliança de Batistas do Brasil
– Igreja Betesda
Vamos pedir o Espírito Santo de Deus que nos leve nesta quaresma há uma verdadeira e sincera conversão. Ao ponto de deixarmos nossos caprichos, nossas opções ideológicas, nossas vaidades, nossos interesses mesquinhos em segundo plano e olharmos a essência da nossa fé que parte do mandamento do AMOR. Como tenho tido e repito: vamos ser mais de Deus do que dos homens! Para concluir quero deixar para nossa reflexão e meditação as seguintes palavras: conversão, tolerância, unidade, amor; etc…
Deus nos abençoe!
Padre Marcelo Campos
Sacerdote do clero da Diocese de Nova Friburgo/RJ e Pároco da Paróquia de São José do Ribeirão em Bom Jardim/RJ.